terça-feira, 19 de maio de 2009

O LUXO É NÃO OSTENTAR (ou pagar pouco para isso!!!)

QUE LUXOOO!!!

É possível conseguir peças da Armani ou da Calvin Klein com 70% de desconto, sem sair de casa? Sim, graças aos clubes de compra na internet, você pode encontrar "sobras" de coleções das principais grifes. Esse modelo de negócio primeiro triunfou na França e agora está sendo adotado em todo o mundo, inclusive no Brasil.

Para se tornar sócio desses verdadeiros clubes fechados de compras, é preciso se registrar na internet, preenchendo um formulário com dados como nome de usuário, senha e endereço de e-mail.

Sites como o Privalia (www.br.privalia.com) - que também opera no Brasil - permitem que qualquer pessoa faça um cadastro gratuito e usufrua as vantagens de ser sócio. Já os brasileiros Coquelux (www.coquelux.com.br) e o Superexclusivo (www.superexclusivo.com.br) requerem que novos sócios sejam indicados por pessoas que já fazem parte do clube, mas ambos são gratuitos.

No caso de indicações de novos usuários por pessoas que já fazem parte do Privalia, o site oferece um bônus: o novo sócio e o antigo ganham um cheque presente de R$ 10 cada para fazerem suas compras.

VALOR AGREGADO "O valor agregado do Privalia é o de assegurar ao consumidor uma seleção e uma garantia na oferta, cuidando da marca, do preço e do artigo", diz à Agência Efe José Manuel Villanueva, sócio fundador do site. "Dessa forma, garante-se uma comunidade ampla de sócios, que também é fiel, e fica assegurado um volume de vendas que interessa às marcas", afirma Villanueva.

As grifes, por sua vez, permitem a oferta a preços muito baixos de "sobras" de coleções que já foram oferecidas aos estabelecimentos frequentes, e que ainda não foram vendidas, perante uma comunidade com um potente volume de vendas e discrição.

Em seu primeiro ano de vida, o Privalia já tinha conseguido se posicionar entre os dez primeiros no comércio eletrônico, segundo dados da Nielsen NetRatings.

Cada uma destas empresas se encarrega de anunciar por e-mail as ofertas, que valem apenas por alguns minutos, no máximo poucos dias, o que pode fazer com que, algumas vezes, sejam vendidos produtos que já estão fora do estoque e que, assim, o consumidor tenha dificuldades em recuperar seu dinheiro.

Os sites Coquelux e Superexclusivo indicam em seu site o compromisso com o cliente em relação à entrega do produto e segurança do pagamento, que pode ser feito através de cartão de crédito, com parcelamento em até três vezes, no caso do primeiro, e ainda através de boleto bancário ou transferência, no segundo.

E O CONSUMIDOR? Muitas pessoas podem ficar receosas de participar de um clube de compras pela internet, já que a vendas online ainda são vistas como uma transação arriscada e sem garantias de que o consumidor terá seus direitos e necessidades atendidos, e alguns podem "torcer o nariz" para essa nova forma de conseguir produtos de grife com bons descontos.

O defensor público Lincoln Lamellas, do Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, concorda com que as compras pela internet podem trazer mais riscos, já que o sucesso da venda depende muito da idoneidade da outra parte, o que nem sempre é comprovada em se tratando de empresas pouco conhecidas.

No entanto, Lamellas lembra que a venda pela internet está submetida a todas as determinações do Código de Defesa do Consumidor, da mesma forma que uma venda realizada, por exemplo, em uma loja de rua.

O defensor público também ressalta a questão do direito de arrependimento previsto pelo Código de Defesa do Consumidor, que beneficia o cliente que faz suas compras fora de um espaço físico, como por telefone ou por venda direta, e que também se aplica no caso de transações online.

Por essa normativa, o cliente dispõe de sete dias – no caso da compra pela internet, após o recebimento do produto – para devolver o que comprou, sem ônus nenhum para o consumidor e sem precisar apresentar justificativas para a devolução.

Em todo caso, Lamellas recomenda que, para ter certeza de estar fazendo um bom negócio, o cliente obtenha o máximo de informações sobre o produto que está comprando e sobre a empresa em questão, inclusive verificando se há reclamações em relação à companhia nos órgãos de defesa do consumidor. Fazer o pagamento apenas depois de ter certeza da realização do negócio também é uma boa medida de proteção.

UM NEGÓCIO PROMISSOR Mesmo diante de certo receio de alguns, os clubes de compras são um negócio em ascensão, como mostram os dados. O Privalia passou de um faturamento de US$ 500 mil em 2006, com 15 funcionários, para US$ 27,8 milhões em 2007 e quase 200 trabalhadores na empresa. Entre os produtos de destaque do site estão as roupas de grife, peças esportivas e moda íntima. "Não vamos dizer que a crise nos beneficiou, mas em nenhum momento prejudicou o setor, especializado na compra de excelente relação qualidade-preço", afirma Villanueva.