Primeiro dia de confinamento.

Já estou doente tem pelo menos 4 dias... que eu passei a ser um"caso suspeita" tem 2 dias, que foi diagnosticado com INFLUENZA A H1N1 tem 24 horas, sou a mais nova "pig girl"... Hoje é o primeiro dia efetivamente em repouso absoluto...mas não sei parar. Não tenho febre, nem dor... talvez por isso esta certa disposição, mas tenho piorado muito a noite... Ontem foi ... um tanto assustador! Meu agravamento está no pulmão... Não foi uma noite fácil. Quando começa a se comentar de forma massiva e sensacionalista sobre um assunto na televisão, jornais, internet, rodinhas de fofoca em salões, cafézinhos, jogos entre idosos, nos bancos das praças... a gente pensa: fulano teve, irmão do cilcano que é cumpadre da colega da minha mãe parece que é também, vizinho do deltrano conhece a cunhada de um amigo também... Tudo está tão distante ainda que esteja diante dos nossos olhos. Do nosso nariz... de tomada. E a máscara... Dá uma indescrítivel sensação de exclusão, preconsceito com um misto de poder. Sim, eu posso! Eu estou poderosa ainda que (horrível/ abatida/ debilitada)... As pessoas me temem, sou capaz de conseguir realizar um assalto a banco... Tá bom! Talvez nem tanto... Mas no louco tânsito de SP sou capaz de tirar qualquer imbecil que não saiba dirigir da minha frente, é só parar ao seu lado no farol com a janela aberta, me mostrar de máscara para então tirá- la e tossir... (o que não é díficl para mim)... por enquanto fiz graça... mas tem um outro lado para contar... o da disgraça. E eu não poderia deixar de reescrever a declaração (a melhor que li sobre a pandemia) vinda de uma garota da minha idade, que ainda bem já está curada: "ALGUNS COM SUÍNA. TODOS QUEREM MÁSCARA. MILHÕES COM AIDS, E NINGÉM USA CAMISINHA!"